O que o Médico Nefrologista trata?
A origem do termo nefrologia é grego: nefros (de rim) e logos (de conhecimento ou estudo). Naquela época foram descritas alterações urinárias, bem como estudos simples da anatomia renal e suas alterações. Então, pôde-se afirmar que o Nefrologista é o médico dos rins.
O médico Nefrologista é o médico especialista dedicado na prevenção de doenças renais e no diagnóstico e tratamento de diversas condições, dentre elas:
- Hipertensão arterial (“pressão alta”);
- Infecções Urinárias;
- Nefrites;
- Litíase Renal (“pedra nos rins”);
- Doenças Renais Císticas;
- Doença Renal Crônica;
- Lesão Renal Aguda;
- Terapias Renais Substitutivas: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal.
As doenças renais, na maioria das vezes, são silenciosas e apresentam poucos ou nenhum sintoma nas suas fases iniciais – sendo o seu diagnóstico possível apenas através da história clínica, exame físico, exames laboratoriais específicos (sangue e urina) e/ou de imagem.
Na maioria das vezes, o paciente procura o nefrologista após ser encaminhado por algum outro especialista, já tardiamente, o que faz com que esse paciente já chegue ao nefrologista com alterações importantes, e muitas vezes, associada a perda irreversível da função renal.
Devo procurar um Nefrologista?
A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) recomenda que todos as pessoas com mais de 40 anos façam, anualmente, uma consulta médica com o médico nefrologista e exames de dosagem de creatinina no sangue, exame de urina e medição da pressão arterial.
A creatinina, deve ser utilizada em uma fórmula – atualmente utilizo a CKD-EPI 2021 – com o intuito de estimar a taxa de funcionamento renal corrigido pela idade e sexo do paciente. Quanto mais alta sua concentração no sangue, menor é o funcionamento renal. Salvo em algumas situações em específico, que abordaremos em um outro artigo.
Já o exame de urina, é um importante exame de triagem para doenças renais, trazendo ricas informações, como por exemplo a presença de sangue, glicose, cilindros e proteína na urina. Caso haja qualquer alteração no exame de urina, é necessário analisar o funcionamento renal através do sangue e/ou coleta da urina em 24h.
Pessoas sabidamente portadoras das seguintes condições abaixo, são consideradas grupo de risco de desenvolver doença renal e portanto, devem consultar o médico nefrologista mais precocemente e regularmente.
- Diabetes;
- Hipertensão Arterial;
- História Familiar de Doença Renal;
- Pedra nos rins;
- Nefrite;
- Infecção urinária na infância ou de repetição.
Mas, se você não se enquadra a nenhum destes grupos e apresenta uma ou mais das características abaixo, também deve procurar um médico Nefrologista:
- Elevação na taxa de creatinina sanguínea;
- Urina que espuma muito ou identificação de perda de proteína na urina;
- Urina avermelhada ou identificação de sangue na urina;
- Infecção urinária de repetição (2 episódios em 6 meses, ou 3 ou mais episódios por ano);
- Edema ou inchaços sem causa aparente;
- Mais de 01 episódio de pedra nos rins (cálculo renal) durante a vida;
- Alterações nos níveis de potássio, sódio, fósforo, ácido úrico, magnésio e cálcio sanguíneos que o clínico geral não identifique facilmente a causa.
- Múltiplos cistos renais ou imagem sugestiva de nódulo ou alterações nos rins identificadas em exame de imagem (ultrassom, tomografia ou ressonância magnética).
Qual a importância do acompanhamento de um Nefrologista?
Quanto mais precoce a identificação dos fatores de risco e diagnóstico da doença renal ainda em fases iniciais, associado a um tratamento intensivo e personalizado as necessidades individuais de cada paciente, menores são as chances do paciente evoluir para fases mais avançadas da doença, inclusive evitando que o paciente necessite de Terapia de Substituição Renal (Hemodiálise/Diálise Peritoneal/Transplante Renal).
Caso o paciente já tenha uma doença renal instalada, é necessário tratar as complicações relacionadas a Doença Renal Crônica (Leia mais: https://drjorgemenenguci.com.br/doenca-renal), controlar mais intensivamente os fatores de risco e expor ao paciente sobre as modalidades de Terapia Renal disponíveis, tomando essa decisão em conjunto com o paciente e família, preparando-o para o momento que o rim não for mais capaz de manter a homeostase (equilíbrio) corporal sendo necessário iniciar a diálise.
Fonte: Sociedade Brasileira de Nefrologia – www.sbn.com.br (SBN); UpToDate; Sociedade Mineira de Nefrologia (SMN).
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